14 de abril de 2005

Bovespa tem maior queda em quase 1 ano, e Vale despenca

Agora f**** tudo!!

A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou o movimento mundial de aversão a risco desta quinta-feira e fechou em queda de mais de 4%, a maior em quase um ano. Os papéis do setor de siderurgia e mineração foram o principal alvo desse movimetno de venda.

Notícias como redução de preço e demanda por aço, decepção de investidores com a previsão da Apple e rumores de falência da General Motors abalaram mercados e levantaram preocupações sobre lucros e crescimento econômico.

"Está aumentando o sentimento por parte dos investidores que o crescimento mundial pode arrefecer", disse Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor.

Nos Estados Unidos, os principais índices do mercado acionário fecharam nas mínimas do ano, mas países considerados mais arriscados e de menor liquidez, como o Brasil, sofreram em especial.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caiu 4,15% - maior baixa desde a perda de 5,46% cento de 10 de maio do ano passado - e fechou abaixo dos 25 mil pontos, a 24.984 pontos. O risco-país disparou 35 pontos, para 468 pontos-básicos.

"Deu uma deteriorada para emergentes. Acho (que essa queda) é fluxo de saída. Tem uma venda muito forte de papéis, principalmente dos ligados a commodities", comentou o diretor de renda variável da HSBC Asset Management, Lúcio Graccho.

Além das notícias sobre redução de preços e demanda por aço, a decisão dos Estados Unidos de manter tarifas sobre importação de aço do Brasil e o parecer da Procuradoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sugerindo restrições à compra de algumas mineradoras pela Vale também contribuíram para a queda acentuada de papéis de siderurgia e mineração nesta sessão.

A ação da Companhia Siderúrgica de Tubarão registrou a maior queda do Ibovespa: 8,59%, a R$ 133 o lote de mil. Caemi cedeu 8,19% (R$ 2,13 a unidade) e Vale recuou 5,45% (R$ 61,36 a unidade), com volume de R$ 217 milhões, o maior da bolsa.

O volume financeiro total da Bovespa foi de R$ 1,8 bilhão, o maior do mês, excluindo o da véspera, que foi inflado pelo vencimento do índice futuro e das opções de índice.

Já a blue chip Telemar caiu 3,69%, para R$ 40,45 a unidade, afastando a chance de exercício da opção de R$ 42 no exercício de segunda-feira.

"Não vejo grande alteração de percepção (no sentido de que) os fundamentos se deterioraram de forma tão significativa. Talvez um viés um pouco para pior, mas existe um redesenho de portfólios para diminuir (exposição a) risco", explicou Graccho.

Depois do superávit recorde de estrangeiros de R$ 3,7 bilhões em fevereiro, a bolsa paulista registra saída em março e abril. Neste mês, o saldo está negativo em R$ 688,6 milhões até o dia 12.

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