23 de outubro de 2005


"O universo, como já foi dito anteriormente, é um lugar desconcertantemente grande, um fato que, para continuar levando uma vida tranquila, a maioria das pessoas tende a ignorar.
Muitos se mudariam, felizes, para qualquer outro lugar menor que fossem capazes de criar, e na verdade é isso que a maioria dos seres faz.
Por exemplo, num canto do Braço Oriental da Galáxia fica o enorme planeta Oglaroon, totalmente coberto por florestas. Toda a sua população "inteligente" vive permanentemente dentro de uma noguenra, razoavelmente pequena e incrivelmente lotada. É nessa árvore que eles nascem, vivem, se apaixonam, entalham minúsculos artigos na casca da árvore especulando sobre o sentido da vida, a futilidade da morte e a importância do controle de natalidade, combatem em poucas e minúsculas guerras, e por fim morrem pendurados sob as ramagens de um dos galhos mais inacessíveis.
Na verdade, os únicos oglaroonianos que saem dessa árvore são aqueles que são banidos pelo abominável crime de imaginar se alguma das outras árvores poderia ser capaz de sustentar vida, ou até mesmo pensar se as outras árvores são algo além de ilusões provocadas por ingestão excessiva de oglanozes.
Por mais peculiar que esse comportamento possa parecer, não há uma única forma de vida na Galáxia que não possa ser acusada, de algum modo, dessa mesma coisa."

- O restaurante no fim do universo, Douglas Adams

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[Central Park - NY]

Um comentário:

Anônimo disse...

Me senti uma oglarooniana quando li o livro.. :-o
..Agora relebrei essa condição :-s