20 de junho de 2005

EUA alteraram documentos sobre mudança climática

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O governo dos EUA conseguiu "enfraquecer seções estratégicas" de uma proposta de ação conjunta do G8 sobre mudança climática, informou hoje o jornal The Washington Post.

O jornal, que teve acesso a documentos não identificados, informou que, "sob pressão dos EUA", os negociadores do G8 "eliminaram textos que detalhavam a forma como o aumento das temperaturas afeta o planeta".

O governo americano questionou os argumentos dos cientistas sobre um aquecimento da atmosfera causado, em grande parte, pela contaminação produzida com a queima de combustíveis fósseis.

A cúpula do G8 que será realizada entre os próximos dias 6 e 8 em Glenagles, na Escócia, deveria estudar medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono.

"A pressão do governo (de Bush) para alterar o plano do G8 sobre aquecimento global marca o esforço para modificar documentos científicos para que eles se adaptem à posição (americana) de que as reduções na emissão de dióxido de carbono não são necessárias", diz o jornal.

Na semana passada, o New York Times informou que o chefe do Conselho da Casa Branca sobre Qualidade Ambiental, Phillip Cooney, tinha alterado documentos científicos para que enfatizassem as incertezas nas conclusões sobre mudanças climáticas.

Cooney deixou o posto na sexta-feira última e passou a trabalhar nas relações públicas da petrolífera Exxon Mobil, uma das empresas que mais se opõe aos limites de emissões de gases poluentes.

Todos os países signatários do Protocolo de Kioto se comprometeram a baixar, até 2012, as emissões de gases poluentes aos níveis de 1990. Em 2001, Bush decidiu não ratificar o protocolo que o governo americano já tinha assinado.

Segundo o Washington Post, "em preparação para a cúpula (do G8) os negociadores buscam redigir as declarações sobre a mudança climática e outros assuntos de modo que os oito presidentes e primeiros-ministros possam assiná-las".

"Os textos redigidos até agora não são definitivos, mas os documentos mostram que foram eliminados muitos parágrafos por insistência dos Estados Unidos", acrescentou o jornal.

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