26 de junho de 2005

Skype põe operadoras em xeque, mas diz que negócios são complementares

Em fevereiro de 2004, Michael Powell, presidente da Federal Communications Commission, órgão regulador do mercado americano de Telecomunicações, disse à revista "Fortune" que, quando instalou o Skype, percebeu que "o mundo inevitavelmente iria mudar". Foi talvez a declaração de maior peso entre muitas que foram dadas sobre como o software coloca em xeque o modelo das operadoras tradicionais.

A empresa emprega uma tecnologia conhecida como voz sobre IP, que permite que a voz humana trafegue pela internet da mesma forma que ocorre com dados eletrônicos, como um e-mail, por exemplo. Com isso, o custo para estabelecer uma ligação entre dois computadores que possuem o programa instalado é apenas o da conexão.

No rastro do sucesso do Skype, não faltou quem previsse o fim das operadoras. Mas o co-fundador e principal executivo do Skype, Niklas Zennström, é rápido em botar panos quentes para minimizar a disputa com as teles. "O Skype vai tirar receitas de ligações telefônicas, mas para usar nosso software é preciso ter acesso à internet em alta velocidade. Assim, vamos expandir a base de assinantes de banda larga das operadoras", diz. "Não nos vemos como inimigos das operadoras tradicionais. Até porque, sem as redes que elas mantêm, o Skype não sobreviveria. São negócios complementares."

O software também avança nas empresas - cerca de 30% da base mundial é de clientes corporativos. Mas, de novo, Zennström prefere evitar polêmicas com as operadoras. "Algumas das maiores companhias do mundo estão usando Skype, mas elas não jogam fora os telefones velhos. É o mesmo que ocorreu com os celulares: a adoção de telefones móveis não acabou com os fixos."

Esta não é a primeira vez que Zennström cria problemas para negócios bem estabelecidos. Há cinco anos, o executivo lançou o KaZaA, um sistema que permite trocar arquivos de música gratuitamente pela internet, o que o levou a ser processado pela indústria fonográfica.


Ricardo Cesar De São Paulo
20/06/2005 - Valor Econômico - SP

Um comentário:

Carola Coralina disse...

graças a ele, as contas de telefone diminuiram consideravelmente.
.)

\o/
_o/
\o_