SÃO PAULO - Pode parecer piada, mas pertencer ao grupo dos maiores milionários do planeta também tem suas desvantagens. Pelo menos isso é o que tenta mostrar uma das seções da pesquisa "World Wealth Report", realizada anualmente pelo banco de investimentos norte-americano, Merrill Lynch, e pela consultoria francesa Capgemini.
Divulgada no dia 9 de junho, a última série do estudo, com base em dados de 2004, além de estimar uma população mundial de 8,3 milhões de milionários, também revela que a inflação para estas pessoas avança em velocidade similar a dos carros esportivos que pilotam. E a escalada de preços é proporcional ao grau de riqueza: quanto maior a fortuna, maior a carestia dos mimos.
Segundo a sondagem, enquanto a inflação média nos Estados Unidos ficou em 3% ao longo de 2004, neste mesmo período a taxa verificada para quem possui ao menos US$ 1 milhão em ativos foi de 6,4%. Para calcular este índice, o estudo levou em conta o preço de produtos como passagens aéreas de primeira classe, carros BMW e lanchas.
Acha que ainda é pouco?
Como, no mundo dos milionários, ter US$ 1 milhão em ativos não significa muita coisa, a pesquisa também analisou especificamente uma seleta parcela deste grupo, formada por 77,5 mil ultra-milionários que possuem uma fortuna avaliada em pelo menos US$ 30 milhões.
Para este pessoal, mais que correr como uma Ferrari, a inflação voa tal qual um jatinho particular. Em 2004, o aumento do custo de vida desta gente alcançou 11,3%, já que revendedoras de iates de luxo e automóveis Rolls Royce não têm pudores em remarcar seus preços.
No mesmo período, o topo da pirâmide dos milionários cresceu 8,9% sobre o ano anterior, o que significa que 6,3 mil pessoas não se importaram com a inflação galopante com a qual os ultra-milionários são obrigados a conviver.
Vale dizer que, em 2004, a inflação brasileira medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo) foi de 7,6%, índice de milionário, segundo o estudo da Merrill Lynch/Capgemini.
11 de junho de 2005
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